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30/09/2008

5 de Setembro de 2008


Sala da Casa 660 do Projecto Nova Vida - Luanda Sul/Set/08


Findo o mês de Setembro do ano de 2008, não podia deixar de publicar este texto de um magnífico angolano de Benguela que tem o dom de encantar só porque existe.

"Um misto de ansiedade e expectativa há muito tomara conta dos corações ávidos deste momento, cinco de Setembro de 2008, sete e pouco da manhã já me preparava para sair, como companheiro desta grande aventura, um homem que já ultrapassou as setenta e cinco primaveras, nascido no Dombe Grande, Província de Benguela, mas que as tantas guerrilhas humanas que enfrentou teimam em mantê-lo exemplarmente em forma, meu pai, o que faz de mim um Angolano branco de segunda geração, e faz aumentar a minha sensação de co-responsabilidade no sucesso ou no insucesso do momento que vivemos. Como se por isto a minha angolanidade fosse maior por um lado, enquanto que por outro, esse facto me atribuísse uma maior responsabilidade enquanto cidadão. Chegados à assembleia de voto que achávamos ser a menos concorrida da nossa área de residência que, como sabem, fica a 15 km de Luanda, deparámo-nos com um aglomerado de pessoas mais madrugadoras que nós que se apressaram a comunicar-nos que esta assembleia de voto ainda não tinha aberto, concluímos pouco depois que se registavam atrasos na abertura de algumas assembleias de voto, disseram que por dificuldades de logística e algum desacerto de ultima hora.
Aproxima-se um elemento devidamente identificado por um badge que exibia orgulhoso onde facilmente se lia, CNE, para os mais desatentos, - Comissão Nacional de Eleições – Observadores? Inquiriu-nos, e antes que o meu pai desse largas a uma qualquer dissertação acerca dos ideais de uma nacionalidade multirracial, que não era momento para isso, respondi interrompendo-lhe a já deflagrada veia pedagógica – Quase… Eleitores, o CNE, refazendo-se instantaneamente da surpresa exclamou, - ah! Com certeza, e o paizinho veio de carro? Olhando para o meu pai, vim sim, porquê, respondeu-lhe, porque se o paizinho tem carro é mesmo melhor ir à assembleia de voto no quintal das madres, lá é só chegar e votar, os meus colegas de lá estão de braços cruzados só à espera dos povos que quiserem votar, depois de uma breve explicação de como chegarmos a essa assembleia de voto, voltámos ao carro e dirigimo-nos no sentido que o prestável elemento da CNE nos havia indicado, já no local que nos tinha dado como referência e onde nos aconselhou a deixar o carro e que seguíssemos o pouco que restasse ainda, a pé, seguimos o conselho, seria segundo ele ainda uns dez minutos a andar por uma daquelas travessas empoeiradas que penetram no Bairro do Golfe 2, no município do Kilamba Kiaxi, mas, e caso nos desorientássemos, encontraríamos nos vários acessos às madres, colegas dele e que se a eles recorrêssemos seríamos devidamente reorientados, assim foi, depois de perguntarmos ao primeiro CNE que vimos no local, este, tendo provavelmente em atenção a idade do meu companheiro, prontificou-se a acompanhar-nos ao local, meu pai a quem foi dada a dianteira pôs-se sem hesitar a caminho, durante os quinze minutos que demorou a percorrer aquelas ruas estreitas em terra batida que dão a fluidez possível ao “musseque” que cresceu desordenado à volta daquela missão católica, o meu pai arranjou forma de voltar ao tema do «- Observadores?» - devia ter mostrado ao seu colega o meu cartão do partido, sou do partido desde 1974, ainda cá estavam os portugueses, disse, reprimindo o ímpeto de dar nome ao partido, uma vez que se encontrava no perímetro de uma assembleia de voto logo obrigado a silenciar qualquer tendência partidária, …e aquele miúdo pergunta-me se sou observador…, sorri, enquanto ele ralhava, do alto da sua razão puxando pelas “bissapas” que lhe confere a idade, com este simpático CNE que nos acompanhava. Um enorme portão metálico entreaberto era o que nos separava da assembleia de voto, entrámos pelo portão, identificámo-nos, exibindo o cartão de eleitor, foi-nos indicado o local onde receberíamos o boletim de voto, frente à mesa de voto entregámos o Cartão de eleitor ao presidente da mesa, leram em voz alta o nome, registaram o número de eleitor, foi-me entregue o boletim de voto, dirigi-me a uma das divisórias, estruturas pré-fabricadas em cartão grosso, que estava livre e votei, pouco passava do meio dia, dobrei o boletim conforme, coloquei-o na urna, alguém da mesa segurou a minha mão e dirigiu mecanicamente o meu indicador direito para dentro de um frasco, mergulhando-o numa tinta preta indelével impedindo-me assim de voltar a votar numa outra assembleia qualquer, depois de indelevelmente marcado, não só pela tinta preta no dedo indicador direito, devolveram-me o cartão de eleitor e indicaram-me a saída, meu pai que tinha feito o mesmo percurso minutos antes já me aguardava perto da saída, despedimo-nos do CNE que nos fizera companhia e voltámos a fazer o mesmo caminho no sentido inverso, curiosamente, o tema que se evidenciou durante o caminho de volta ao carro era o cozido à portuguesa que nos esperava, proporcionado pela magnifica cidadã Lusa que corajosamente teima em acompanhar-me nesta aventura de ver nascer um país, presenciando tão de perto os seus primeiros passos, eternizando este incontornável cordão umbilical que irremediavelmente nos aproxima dos nossos avós. Até ao sítio onde tínhamos deixado o carro, ainda ouvimos alguém dizer do alto da sua ignorância ou não - Afinal os brancos também votam… !?

Uma análise, que se pretende séria, isenta, deve obedecer a um profundo enquadramento no contexto sócio-cultural, político, económico, emoldurado por um mapa étnico complexo, que lhe confere a particularidade da singularidade em África, e não deve nunca, ceder ao enquadramento fácil, em balizas preconcebidas e estereotipadas idealizadas, porém até à data sem resultados expressivos, à medida para sustentar realidades distantes.

Assim, e partindo desta, para mim inquestionável, premissa, a minha análise obriga-me ao seguinte compromisso,

Hoje, endereço os meus profundos e exaltados parabéns a todos nós, os angolanos que tornaram possível este acto eleitoral, este passo concreto em direcção à modernidade. O sentimento de profundo e entusiasmado orgulho pela forma exemplar como todo este processo decorreu, com um envolvimento surpreendente das massas mais anónimas, recônditas até, como só em África se pode ser, desde a vontade do querer fazer parte, expressos aquando do recenseamento e registo eleitoral iniciado à três anos, o tão ansiado cartão de eleitor. A campanha eleitoral, que de forma ordeira e cívica, onde o direito à diferença se fez ouvir e se fez conduta, salpicado, aqui e ali, pelos inevitáveis incidentes de percurso próprios de quem dá os primeiros passos nos misteriosos e sinuosos caminhos da “democracia-africana” se é que existe algum sentido a estas palavras assim emparelhadas, que são claramente insuficientes para manchar ou descredibilizar o todo, estendo os meus parabéns a todas as instituições que de uma forma ou de outra cumpriram a sua missão apesar de todos os constrangimentos inerentes à inexperiência, à CNE, aos integrantes das brigadas eleitorais, que por todo o lado ajudavam a conduzir a população pouco habituada a estes procedimentos, às populações que desde madrugada se foram dirigindo para as assembleias de voto e que souberam pacientemente aguardar que fossem superados os problemas logísticos que atrasaram a abertura de algumas mesas, abandonando apenas os locais de voto depois de cumprirem o desígnio que ali os trouxera, um muito obrigado à Policia Nacional e restantes forças da ordem que exemplarmente se fizeram mostrar resumindo a sua actividade a uma presença mais preventiva que actuante, e por este significativo - não queremos mais - que com esta adesão dissemos a todos os Angopessimistas que apostavam que os Angolanos desconseguiriam, e clamar bem alto, que vamos contar os votos com a certeza de que uma vitória está já assegurada, e esta comum a todos os que amam esta terra, ganhe quem ganhar os angolanos já são vencedores.

Mungúeno"

Fernando

2 comentários:

Fernando disse...

O magnifico angolano sou eu?
O que me torna visivel a teus olhos é a luz com que me olhas.

Obrigado, é uma honra os meus sentidos gatafunhos figurarem no meio das tuas preciosidades.

Amo-te
Fernando

Eudemim disse...

Honra minha!

Amo-te