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12/12/2008

Música no Pano

Encerro a semana em beleza com a realeza dos QUEEN...
...e o inimitável Sir Freddie Mercury!!!

...para entrar em 2009 com esta garra !!!



Queen - Bohemian Rhapsody (live)

Words and music by Freddie Mercury

"Is this the real life-
Is this just fantasy-
Caught in a landslide-
No escape from reality-
Open your eyes
Look up to the skies and see-
I'm just a poor boy,
I need no sympathy-
Because I'm easy come,easy go,
A little high,little low,
Anyway the wind blows,doesn't really matter to me,
To me

Mama,just killed a man,
Put a gun against his head,
Pulled my trigger,now he's dead,
Mama,life had just begun,
But now I've gone and thrown it all away-
Mama ooo,
Didn't mean to make you cry-
If I'm not back again this time tomorrow-
Carry on,carry on,as if nothing really matters-

Too late,my time has come,
Sends shivers down my spine-
Body's aching all the time,
Goodbye everybody-
I've got to go-
Gotta leave you all behind and face the truth-
Mama ooo- (any way the wind blows)
I don't want to die,
I sometimes wish I'd never been born at all-

I see a little silhouetto of a man,
Scaramouche,scaramouche will you do the Fandango-
Thunderbolt and lightning-very very frightening me-
Galileo,Galileo,Galileo GalileoGalileo figaro-Magnifico-
But I'm just a poor boy and nobody loves me-
He's just a poor boy from a poor family-
Spare him his life from this monstrosity-
Easy come easy go-,will you let me go-
Bismillah! No-,we will not let you go-let him go-
Bismillah! We will not let you go-let him go
Bismillah! We will not let you go-let me go
Will not let you go-let me go
Will not let you go let me go
No,no,no,no,no,no,no-
Mama mia,mama mia,mama mia let me go-
Beelzebub has a devil put aside for me,for me,for me-

So you think you can stone me and spit in my eye-
So you think you can love me and leave me to die-
Oh baby-Can't do this to me baby-
Just gotta get out-just gotta get right outta here-

Nothing really matters,
Anyone can see,
Nothing really matters-,nothing really matters to me,

(any way the wind blows)"

11/12/2008

2008



Esgotaram-se as palavras e o tempo também.
Este ano foi um marco importantíssimo.
Ano de revelações, decepções e perdas, mas também de muita esperança, aceitação, descobertas e muitos ensinamentos...
Ano de muito crescimento, de reciclar, de limpar o coração e muitas lágrimas...

Tal como Charles Chaplin, este ano aprendi essencialmente que...

...perdoar exige muita prática.
...a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de pessoas que eu nunca vi antes.
...as palavras de amor perdem o sentido, quando usadas sem critério.
...não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim, para certas pessoas não são tão importantes e eu jamais conseguirei convencê-las.
...que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito.
...os amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos.
...vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência. Mas, aprendi também, que posso ir além dos limites que eu própria coloquei.

Até já
Eudemim

10/12/2008

Lisboa Kuya


Chiado Dez/07

Dezembro é mês de partir, é o regresso à outra casa.
Deixo Luanda entregue ao calor e abro os braços a Lisboa.
Sei que me espera um frio de rachar, mas é isso mesmo que eu quero sentir.
Quero chegar a Lisboa e começar logo a queixar-me do frio, entrar em casa
e aquecer-me na lareira, beber cacau quentinho, andar de cachecol, dormir
em lençóis de flanela e ter todos os mimos dos meus queridos pais e irmãos e de toda a família.
Quero sentir a nostalgia do espírito de Natal, sem dramas, claro, e respirar Lisboa,
mas sei e tenho...

“...a certeza de que nada mais terá
o mesmo sabor,
Nem cerejas na na na na na na
Nem Lisboa...”

...porque todos os regressos são diferentes
...porque nada é definitivo
...porque os lugares das coisas mudam

“...Lisboa kuya, kuya bué
Lisboa kuya buéréré...”

Eudemim

09/12/2008

Arrepios



Sempre este mar
Onde me deixo perder
Mergulho...e vou
Deslizo até onde me levarem
Sinto ondas de vida
Espalhadas na pele
E a espuma do mar
Enrolada nos meus cabelos
Suspiro entre lágrimas e sorrisos...
Vou descobrindo terras
Em continentes já consquistados...

...e sinto o arrepio do quente das emoções.


Eudemim

08/12/2008

Vida para que te quero



“O ímpeto de crescer e viver intensamente,foi tão forte em mim, que não consegui resistir-lhe.
Enfrentei os meus sentimentos.
A vida não é racional!
É louca e cheia de mágoa.
Mas não quero viver comigo mesma.
Quero paixão, prazer, barulho, bebedeira, e todo o mal.
Quero ouvir música rouca, ver rostos, roçar em corpos,beber um Benedictine ardente.
Quero conhecer pessoas perversas, ser íntima delas.
Quero morder a vida, e ser despedaçada por ela.
Eu estava à espera...
Esta é a hora da expansão, do viver verdadeiro.
Todo o resto foi uma preparação.
A verdade é que sou inconstante,com estímulos sensuais em muitas direcções.
Fiquei docemente adormecida por alguns séculos,e entrei em erupção sem avisar.”

-Anais Nin-

05/12/2008

Música no Pano

Quando dei por mim tava aqui...



Daniela Mercury – Curitiba 1996

À primeira vista

“Quando não tinha nada, eu quis
Quando tudo era ausência, esperei
Quando tive frio, tremi
Quando tive coragem, liguei

Quando chegou carta, abri
Quando ouvi Prince, dancei
Quando o olho brilhou, entendi
Quando criei asas, voei

Quando me chamou, eu vim
Quando dei por mim, tava aqui
Quando lhe achei, me perdi
Quando vi você, me apaixonei

Quando não tinha nada, eu quis
Quando tudo era ausência, esperei
Quando tive frio, tremi
Quando tive coragem, liguei

Quando chegou carta, abri
Quando ouvi Salif Keita, dancei
Quando o olho brilhou, entendi
Quando criei asas, voei

Quando me chamou, eu vim
Quando dei por mim, tava aqui
Quando lhe achei, me perdi
Quando vi você, me apaixonei

Ohhh amara zaia sonhei di zaia di zaia raiiii gatuan....
Ohhh amara zaia sonhei di zaia di zaia raiiii gatuan....”

- Chico César -

02/12/2008

Soneto de Fidelidade




“De tudo ao meu amor serei atento antes
E com tal zelo e sempre e tanto
Que mesmo em face de um maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei-de espalhar meu canto
E rir meu riso e espalhar meu canto
Ao seu pesar ou ao seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte angústia de quem vive
Quem sabe a solidão fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor que tive
Que não seja imortal posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure”

- Vinícius de Moraes -

01/12/2008

Trago



Trago-te num trago

Para dentro

Do que já não é meu,

Entrego-me livre

Despida da razão

Deixo-me levar...

E tu juntas-te a mim

Segues-me...

E eu quero-te assim

Num trago...

Sem mais nada...


Eudemim

28/11/2008

Música no Pano

...amor grande do coração...



One Love

“Cima is ta dzê n’inglês
I love you, I need you
Quero dizer também em Português
Te amo, eu te preciso

E não há nada que levar a mal
Ma nôs ê, tud igual
I know you can understand me
Eu gosto muito, muito, muito de ti…

You know I love you, I love you, I love you, I really
Love you, I love you
You know I need you, I can’t live without you, não há
Ninguém como tu

Ca tem ninguém cima bo

Alo bonjour comment ça va
Mana Sara do lado de lá
Mim m’ta bom e bo manê q’bo ta
Sara mana do lado de cá

Maybe together you and me
Mi ku bo, bo ku mim
Mi ma bo
Eu e tu, tu e eu...”


- Sara Tavares -

27/11/2008

Paz


Janela do Reducto de S. Pedro construído em 1846
Catumbela/Angola

“Um rei ofereceu um grande prémio ao artista que melhor pudesse retratar a ideia da paz. Diversos pintores enviaram os seus trabalhos para o palácio, mostrando bosques ao entardecer, rios tranquilos, crianças a correr na areia, arco-íris no céu, gotas de orvalho numa pétala de rosa.
O rei examinou todo o material que lhe foi enviado, mas acabou por selecicionar apenas dois trabalhos.
O primeiro mostrava um lago tranquilo, espelho perfeito das montanhas poderosas e do céu azul que o rodeava. Aqui e ali podiam ver-se pequenas nuvens brancas, e, para quem reparasse bem, no canto esquerdo do lago existia uma pequena casa, a janela aberta, o fumo que saía da chaminé – o que era sinal de um jantar frugal, mas apetitoso.
O segundo quadro também mostrava montanhas. Mas estas eram escabrosas, os picos afiados e escarpados. Sobre as montanhas o céu estava implacavelmente escuro, e das nuvens carregadas saíam raios, granizo e chuva torrencial.
A pintura estava em total desarmonia com os outros quadros enviados para o concurso. Entretanto, quando se observava o quadro cuidadosamente, notava-se numa fenda da rocha inóspita, um ninho de pássaro. Ali, no meio do violento rugir da tempestade, estava sentada calmamente uma andorinha.
Ao reunir a sua corte, o rei elegeu esta segunda pintura como a que melhor expressava a ideia da perfeita paz. E explicou:

“Paz não é aquilo que encontramos num lugar sem ruídos, sem problemas, sem trabalho duro, mas o que permite manter a calma em nosso coração, mesmo no meio das situações mais adversas. Este é o seu verdadeiro e único significado”.

-História contada pela escritora venezuelana Dulce Rojas-

A paz vem de dentro para fora !

26/11/2008

Ventos


Funchal 2002

Oiço o vento lá fora...
Sopros de inquietação...
Folhas soltas,
Espalhadas pelo ar...
Troncos caídos no chão
E o vento que assobia...

Por aqui tudo em paz
Sintonia dos sentidos...
Quietude da alma
Silêncio...
Cá por dentro a calma
E o vento que se espalha...

Lá fora...


Eudemim

24/11/2008

Na curva



Emprestei-te o sabor do pecado
E lambuzaste-te sem pudor...
Acordaste a paixão,
Criaste desejos,
Inventaste fantasias,
Despertaste os sentidos,
E usaste o amor em vão...
Deixaste-me na esquina...
Espreito a rua em que seguiste...
Escuto o eco dos passos,
Procuro-te...
E acho-te no ontem...
No brilho do olhar...
Antes da curva...

Que é feito de ti ?


Eudemim

21/11/2008

Música no Pano

Porque vi o filme Mamma Mia há uns dias
Porque a Meryl Streep voltou a surpreender-me
Porque acho os ABBA uma referência musical saudável
Porque o filme deixou-me de alma leve
Porque me apeteceu levantar e dançar a meio do filme
E porque a vida é sim uma FESTA
!!!



- Cena do filme Mamma Mia -

Dancing Queen - ABBA

"You can dance, you can jive
having the time of your life
see that girl, watch that scene
dig in the dancing queen

friday night and the lights are low l
ooking out for a place to go
where they play the right music,
getting in the swing
you come to look for a king
anybody could be that guy
night is young and the music's high
with a bit of rock music,
everything is fine
you're in the mood for a dance
and when you get the chance

you are the dancing queen,
young and sweet, only seventeen
dancing queen, feel the beat from the tambourine, oh yeah
you can dance, you can jive
having the time of your life
see that girl, watch that scene
dig in the dancing queen

you're a teaser, you turn 'em on
leave 'em burnin and then you're gone
lookin' out for an other, anyone will do
you're in the mood for a dance
and when you get the chance

you are the dancing queen, young and sweet, only seventeen
dancing queen, feel the beat from the tambourine, oh yeah
you can dance, you can jive
having the time of your life
see that girl, watch that scene
dig in the dancing queen
dig in the dancing queen"

20/11/2008

No bom caminho


Namíbia 2005

"Mesmo a procura de nós próprios segue a lei geral de todos os empreendimentos.
Há, primeiro, uma fase de buscas, por tentativas e erros.
Começamos a actuar, primeiro numa direcção e depois noutra.
É uma actividade exploradora, de sondagem, na qual acumulamos erros e desilusões.
Só depois de um certo tempo começamos a entrever qual pode ser a nossa estrada.
Até lá não podemos fazer um plano de acção real e verdadeiro e concentrar todas as energias naquela direcção.
Nesta última fase podemos dizer que nos estamos a projectar a nós próprios."

- Francesco Alberoni -

19/11/2008

Cor de nevoeiro



Há dias em que acordo
no infindável degradê do cinza
E flutuo na incerteza de um tom certo.
Memórias levam-me
Às sombras do sombrio...
Quebram-me os sorrisos...
Tudo cinza...
Escuro ou menos escuro,
Mas cinza nublado,
Em tons de nevoeiro.
Descanso...
Caminho num outro sentido,
Viro as costas ao cinza.
Procuro o doce das cores...
Desperto...
Embrulho-me no mel dos encantos
E vou regressando aos tons coloridos
Pelo branco do cinza,
Rumo ao lugar
Onde se esconde o arco-íris...

Eudemim

17/11/2008

Celebração


Funchal - 2002/03

“A vida deveria ser uma celebração contínua, um festival de luzes por todo o ano.
Só assim podemos desenvolver e florir.
Transformar pequenas coisas em celebração...
Tudo o que fazemos deveria expressar-nos a nós próprios; deveria ter a nossa assinatura.
Então a vida tornar-se-á uma celebração contínua.”

Osho

14/11/2008

Música no pano

Para acompanhar
Uma boa espreguiçadela
Todos os dias
E partir para a vida
Sempre com...

…Bom Feeling !!



Sara Tavares – Bom feeling
Live in Jools Holland

"Bom feeling...Yeah, yeah, yeah...
Bom feeling...Yeah, yeah, yeah...
Bom feeling...

Deixa a janela do sorriso aberta,
Coisa boa, boa,
Coisa desperta,
Canta caia, caia nos liberta
Caia, Caia
Deixa a janela do sorriso aberta,
Coisa boa, boa,
Coisa desperta,
Canta caia, caia nos liberta.

Dá-me um...
Bom feeling...
Bom feeling...
Yeah, yeah, Yeah
Bom feeling...
Bom feeling...
Yeah, yeah, Yeah

Deixa de complicação,
Deixa de confusão,
Liberta a alma dessa prisão,
Deixa-te guiar pelo coração.
Deixa de complicação
Deixa de confusão
Liberta a alma dessa prisão
Deixa-te guiar pelo coração.

Dá-me um...
Bom feeling...
Yeah, yeah, Yeah
Bom feeling...
Yeah, yeah, Yeah
Bom feeling...
Yeah, yeah, Yeah
Bom feeling...
Yeah, yeah, Yeah

- Esse coração assim desagasalhado, vais sair assim?
- O sorriso aonde é que está?
- 'Tás a pensar que vais aonde assim?
- Tens mesmo é que buscar, buscar, buscar, ir fundo, ri só, ri só!

Dá-me um bom feeling dentro de ti,
Que eu dou-te um bom feeling dentro de mim,
Bom feeling para voar,
Bom feeling para motivar!
Bom feeling dentro de ti,
Que eu dou-te um bom feeling dentro de mim,
Bom feeling para levar,
Bom feeling para nos fazer sorrir!

Bom feeling...
Bom feeling...
Bom feeling...
Bom feeling...
Bom feeling...
Bom feeling...
Bom feeling...

Bom feeling para cantar!
Bom feeling para curtir!
Bom feeling para dançar!
Bom feeling para nos fazer sorrir!
Bom feeling...

- Queres feeling, feeling, feeling?
- Bom feeling cor-de-rosa, amarelo, azul, branco, de todas as cores...
- Quantos é que queres? Rebuçados, doces?
- Olhem o meu bom feeling, olhem o meu bom feeling!

Bom feeling...
Bom feeling...
Bom feeling...
- Bom feeling é a cor do amor, é a cor da paz...
- É só abrir um sorriso, é só deixar passar.
- Fui, com o vento!"

12/11/2008

Retalhos

A Despedida



Subiu as escadas lentamente ao mesmo tempo que sentia toda a sua vida a escorregar pelo corrimão. Fez várias pausas para recuperar o fôlego que teimava em não ajudá-la naquela escalada. Não optou pelo elevador pois poder-se-ia cruzar com alguém quando abrisse a porta e naquela altura era tudo o que menos queria que acontecesse. Abriu a porta de casa e o barulho do trinco foi para ela como que um carimbo no passaporte quando se passa uma fronteira. Finalmente tinha chegado a casa. Encostou-se à porta e ali ficou parada sem conseguir dar um passo. Sentia-se dormente e o silêncio à sua volta era imenso. Tudo parecia vazio. Nada tinha suporte. Apenas o sol espreitava pela janela do seu quarto e já com algum esforço esbatia as paredes da casa com as cores que veste quando se despede do dia. Também ele se preparava para partir...
Sentiu as costas curvarem pelo peso enorme que se apoderava do seu peito e caminhou até ao quarto, caindo na cama. Abandonou-se na convulsão do choro que aguardava ansioso por se soltar e acabou por adormecer.
Mais tarde, acordou no silêncio da madrugada ainda vestida e sentou-se na cama. Com algum esforço, levantou as pálpebras e olhou à sua volta como se tentasse reconhecer aquele lugar. Era tanta a sua vontade de fugir àquela nova realidade que por instantes tudo ao seu redor lhe pareceu estranho. Será que entrei numa realidade virtual ?... Que bom que era ! pensou. Mas nada disso. De facto aquele era mesmo o seu quarto, apenas tinha um ar diferente. A lua tinha vindo substituir o sol. O véu de luar que inundava o quarto dava-lhe um ar místico e foi apenas isso que a confundiu. Respirou fundo numa inspiração cortada por alguns soluços que tinham ficado esquecidos durante o sono e aninhou-se novamente.

Acordou com o burburinho típico do amanhecer. O som das viagens desenfreadas do elevador para cima e para baixo que aos poucos ía tornando aquele prédio deserto. Lá fora ouvia-se o rugido dos motores dos carros que aqueciam para mais uma viagem; a desgarrada entre o toque de alvorada das buzinas que apressavam os mais atrasados e o tímido chilrear de alguns pássaros, um frenesim que mais parecia uma conspiração contra toda aquela dormência que se tinha apoderado de Beatriz.
Lutou contra o seu corpo que teimava em resistir àquele pulsar de vidas alheias e lá se levantou. Deambulou até à casa de banho e começou a despir-se. Sentia ainda a roupa colada à pele do abraço intenso que Rafael lhe dera ao despedir-se. ˝Vais ver que o tempo vai passar rápido... eu amo-te...nunca te esqueças disso Beatriz...espera por mim...˝ - ˝eu vou estar sempre aqui à tua espera... amo-te ...não te esqueças de procurar os meus beijos na lua todas as noites......˝ respondeu Beatriz. Ficaram abraçados como se quisessem parar todo o tempo do mundo naquele instante.
O deslizar da roupa na pele era como se fosse o desenlace daquele abraço e sentiu outra vez aquele peso no peito, mas não quis seguir noutra espiral de tristeza e entrou no duche. Abriu a torneira e deixou-se acariciar pela água durante alguns minutos. Espalhou o gel pelo corpo em movimentos suaves e usou a luva exfoliante...talvez conseguisse arrancar toda a angústia que sentia...
Era estranho sair para a rua sem qualquer destino ou plano traçado.
Olhou-se ao espelho...fechou os olhos e sentiu a mão de Rafael travar o caminho de mais uma lágrima...talvez fosse a última...pelo menos por este dia...o primeiro de uma longa espera sem encontro marcado.
...estamos quase a chegar lá onde queremos ficar para o resto da vida...até já !

10/11/2008

“Demónios interiores”



Hoje sou
noite alucinada
o cinza e o frio
fera ferida
o estrangular do rio.

Hoje sou
raiva à solta
a bala transviada
ponta da navalha
a chama descontrolada.

Hoje sou
trilho assombrado
a mentira traiçoeira
seta envenenada
a bruxa feiticeira.

Só por hoje
Quero ser assim
Um mar imenso revolto
Um exército armado
E o pior de mim !


Eudemim

07/11/2008

Música no Pano

Lindo o poema
Doce a música
E sempre lindo Caetano !



Meditação
Caetano Veloso )Tom Jobim  Newton Mendonça

"Quem acreditou
No amor, no sorriso e na flor
Então sonhou, sonhou
E perdeu a paz
O amor, o sorriso e a flor
Se transformam depressa demais
Quem no coração
Abrigou a tristeza de ver
Tudo isso se perder
E na solidão
Procurou o caminho e seguiu
Já descrecente de um dia feliz
Quem chorou, chorou
E tanto que o seu pranto já secou
Quem depois voltou
Ao amor, ao sorriso e à flor
Então tudo encontrou
Pois a própria dor
Revelou o caminho do amor
E a dor acabou"

05/11/2008

Rio Catumbela

O meu olhar sobre o Rio Catumbela...






Belo e tranquilo...


04/11/2008

Aurea


Pastelaria Aurea no Lobito – Angola
3 de Novembro de 2008


Muito provavelmente ninguém dirá que se trata de uma pastelaria, mas de facto dentro daquelas duas portas brancas podemos pedir galões, meias de leite, deliciosos croissants mistos, sumos, comprar pão, bolos e algumas mercearias.
No exterior são visíveis as marcas do tempo, do abandono “através” da guerra, mas quando entramos sentimos que o tempo não passou por ali.
Desde o tecto, aos balcões e passando até pela máquina de café, tudo tem a marca dos anos setenta, anos áureos da Pastelaria Aurea no Lobito em Angola.
Não será propriamente a mesma coisa que tomar um pequeno almoço na Brasileira ou no Majestic, mas aqui faço as pazes das muitas zangas que tenho com Angola.
Longe do caos e dos vicios de Luanda, gosto e preciso de me “misturar” neste ambiente, onde faço por sentir a essência real desta terra, para continuar a
sentir-me em “casa”.
Não tenho antepassados por aqui e nem tão pouco esta terra me viu nascer, mas vivo-a como se fosse minha e um dia quero guardá-la na parte das memórias boas do meu passado.
Há sítios assim que não exibem nada aparentemente, mas que guardam histórias de resistência em realidades duras de certas épocas menos prósperas e isso eu aprecio muito !

E eu tenho esta carolice de tomar o pequeno almoço na Aurea sempre que vou ao Lobito.



Desculpem-me os mais susceptíveis, mas tomar o pequeno-almoço na Aurea “a mim me kuia” !

31/10/2008

Música no Pano

Namorar sorrisos, olhares
Momentos, cores e sabores
Namorar a vida...
E deixar-me enamorar todos os dias.

Sim, já sei namorar !!


Já Sei Namorar
Tribalistas - Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes



"Já sei namorar
Já sei beijar de língua
Agora só me resta sonhar
Já sei aonde ir
Já sei onde ficar
Agora só me falta sair

Não tenho paciência pra televisão
Eu não sou audiência para a solidão
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo e
Todo mundo me quer bem
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo e
Todo mundo é meu também

Já sei namorar
Já sei chutar a bola
Agora só me falta ganhar
Não tem um juíz
Se você quer a vida em jogo
Eu quero é ser feliz

Não tenho paciência pra televisão
Eu não sou audiência para solidão
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo e
Todo mundo me quer bem
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo e
Todo mundo é meu também

Tô te querendo
Como ninguém
Tô te querendo
Como Deus quiser
Tô te querendo
Como eu te quero
Tô te querendo
Como se quer"

30/10/2008

Surpreende-me...



...faz-te de artista,

Seduz-me com palavras

De uma lingua inventada só para mim.

Leva-me numa viagem de balão.

Entrega-me para leilão,

Revela-te do outro lado,

Mas não me ofereças flores

Nem me fales de amor.

É que eu já morri de amores

E sei de cor as manhas da conquista.

Rasga essa lista de frases feitas

Lugares comuns do coração...

Surpreende-me...

...chega do nada inteiro

e traz-me o Sol nas tuas mãos !



Eudemim

29/10/2008

Coragem



“A palavra coragem é muito interessante. Ela vem da raiz latina cor, que significa "coração". Portanto, ser corajoso significa viver com o coração.
E os fracos, somente os fracos, vivem com a cabeça; receosos, eles criam em torno deles uma segurança baseada na lógica.
Com medo, fecham todas as janelas e portas – com teologia, conceitos, palavras, teorias – e do lado de dentro dessas portas e janelas, eles escondem-se.
O caminho do coração é o caminho da coragem.
É viver na insegurança, é viver no amor e confiar, é enfrentar o desconhecido.
É deixar o passado para trás e deixar o futuro ser.
Coragem é seguir trilhas perigosas.
A vida é perigosa. E só os covardes podem evitar o perigo – mas aí já estão mortos.
A pessoa que está viva, realmente viva, sempre enfrentará o desconhecido.
O perigo está presente, mas ela assumirá o risco.
O coração está sempre pronto para enfrentar riscos; o coração é um jogador.
A cabeça é um homem de negócios.
Ela calcula sempre – ela é astuta. O coração nunca calcula nada.”


- Osho -

28/10/2008

Desalinhado



Vi um desalinho no rosto.
Olhos que fugiam...
Palavras guardadas
na lingua de um beijo ao acaso...
e o silêncio ficou
gelado na sua boca.
Deu-me a mão...
Naquele momento
desconheci a razão
daquele pedido de socorro.

Não olhes mais para mim
com esse olhar que escorrega
nos meus olhos
e me arranha o coração...
Deixa-me sim derreter-te
esse gelo da tua boca
com um beijo demorado,
para poder ler-te por dentro
e resgatar-te por fim...
num olhar seguro.


Eudemim

27/10/2008

“Impermanência”



“Os Mestres budistas aconselham-nos a pensar constantemente na “impermanência”.
Em vez de considerarmos que se trata de um pensamento mórbido que conduz à depressão ou ao pessimismo, pensemos na liberdade que esse tipo de visão do mundo nos oferece.
Na verdade, acontece-nos muitas vezes desejar a mudança.
Por exemplo, não gostamos do nosso trabalho, os horários não nos convêm e detestamos o ambiente profissional.
Estamos absolutamente fartos, só pensamos em mudar mas temos impressão que isso nunca vai acontecer.
Ora um dia, inesperadamente, recebemos um telefonema de um amigo com uma aliciante proposta de trabalho. Embora na aparência a situação continue igual, durante as semanas ou os meses que faltam para deixarmos o emprego, tudo parece mais leve, mais fácil de suportar, até mesmo as relações com os colegas de trabalho se tornam mais agradáveis. Inacreditavelmente chega mesmo a acontecer que, nos últimos dias ou semanas, acabamos por ter pena de mudar.
O facto de sabermos que a situação está a chegar ao fim, ou seja, de descobrirmos o seu carácter impermanente, aliviou toda a tensão e deu-nos liberdade para a encarar sob um ponto de vista diferente.

Nem sempre vai chover, nem sempre seremos felizes.
Quando estamos na mó de baixo, no mais fundo da depressão, só podemos voltar para cima.
A divisa “tudo muda” é uma chave de ouro que nos deve acompanhar a cada passo da existência.
Na felicidade como no sofrimento é muito importante lembrarmo-nos que todas as situações são apenas momentos de um processo, um instantâneo de um filme.
Então, se conseguirmos relaxar, somos como o recém-nascido atirado à água: flutua sem esforço porque não se debate.”

- A arte da vida (ensinamentos Budistas) - Tsering Paldron –

Namastê

24/10/2008

Música no Pano

Nunca me esqueci...
Nos vazios
E nas ausências
Sempre me guiei pela luz
Do meu porto de abrigo.



Bato a porta devagar,
Olho só mais uma vez
Como é tão bonita esta avenida...
É o cais. Flor do cais:
Águas mansas e a nudez
Frágil como as asas de uma vida

É o riso, é a lágrima
A expressão incontrolada
Não podia ser de outra maneira
É a sorte, é a sina
Uma mão cheia de nada
E o mundo à cabeceira

Mas nunca
Me esqueci de ti

Tudo muda, tudo parte
Tudo tem o seu avesso.
Frágil a memória da paixão...
É a lua. Fim da tarde
É a brisa onde adormeço
Quente como a tua mão

Mas nunca
Me esqueci de ti

-Rui Veloso-

23/10/2008

Flor de Lótus



“A flor de lótus nasce na lama. A lama é transformada numa bela flor de lótus. A flor nunca diz: ”Não como esta lama, está muito suja! " Isso não é importante. Se você fôr uma flor de lótus, nada para si é sujo. Se tiver a capacidade de ser uma flor de lótus, é porque detém o poder de transformar, o poder da alquimia. Nesse caso, pode permanecer na lama e fazer nascer uma flor de lótus. Mas se não possuir essa capacidade, mesmo que viva imerso em ouro só produzirá lama. O importante não é o que entra em si. A questão é que, se estiver centrado no seu ser, o que quer que seja que você absorva é transformado, adquire a sua qualidade e sai.”

OSHO - A Semente de Mostarda

22/10/2008

Retalhos

A Demora



“São 19h....”
Como sempre o rádio do carro estava sintonizado na RFM. Era 6ª feira, mas para ela este dia não era o feliz prenúncio do fim-de-semana, aqueles dois dias que a maior parte das pessoas tanto anseia desde 2ª feira. No calendário de Beatriz o Sábado e o Domingo eram dias cinza, tristonhos. Os compromissos familiares de Rafael obrigavam a uma pausa na relação. Nenhum deles se sentia confortável com esta situação, mas por enquanto era aquela que tinham e o desejo de estarem um com o outro sobrepunha-se a qualquer ética ou moral.
Aquela 6ª feira não fugia à regra. Era a semana que terminava e o aproximar de dois dias sem se verem, por isso marcaram um encontro. “O melhor era vires andando para cá. Logo que eu puder saio de casa e encontramo-nos, meu amor” disse ele. “Vou sair já e espero por ti. Beijos amor. Até já” disse Beatriz sentindo já as borboletas no estômago em alvoroço.
Ouviu as notícias já no carro e ao som do bloco de músicas que se seguiu, lá foi andando devagar.
- Isn’t it ironic – Alanis Morissette – “Não podiam ter escolhido melhor música para o início da viagem”.

“Mr. Play it Safe was afraid to fly
He packed his suitcase and kissed his kids good-bye
He waited his whole damn life to take that flight
And as the plane crashed down he thought
-Well, isn't this nice.
"And isn't it ironic ... don't you think”

Era Inverno e o aquecimento do carro não funcionava. Não era novidade e por isso Beatriz não se esqueceu das luvas nem do cachecol, imprescindíveis sempre que saía principalmente à noite. Estava algum trânsito, o normal para aquele dia da semana, mas para já não havia muita pressa, por isso seguiu tranquila no “pára-arranca”.

“São 20h...as notícias com....”
Estava a chegar ao local. Procurou um lugar para estacionar. Era hora de chegada a casa, com os filhos e compras e nada de lugares. Queria ficar com um bom ângulo de visão, para o ver descer e fazer-lhe sinais de luzes. Finalmente encontrou um beco onde estacionou, ficava um bocado longe, mas mesmo assim conseguia ver o fim da rua de Rafael.
O frio apertava agora que estava parada com o carro desligado. “Já devia ter mandado arranjar este aquecimento...”

“It's like 10,000 spoons when all you need is a knife
It's meeting the man of my dreams
And then meeting his beautiful wife
And isn't it ironic... don't you think
A little too ironic… and yeah I really do think...”

Reclinou o banco e tirou o telemóvel da mala, não fosse ele ligar e não ouvir o toque. O sítio onde estava era escuro e não tinha muito movimento. Havia apenas portas de garagens onde funcionavam oficinas e àquela hora não estava lá ninguém. Ao longe via os carros a passarem e nenhum era o dele. Já começava a ter fome, mas não queria sair daquele lugar. A qualquer momento ele podia sair de casa e Beatriz queria estar a postos para não perderem sequer um minuto. Também não podia ligar-lhe e por isso continuou à espera de um sinal qualquer.

“São 21h...”
Ao ouvir as horas anunciadas pela mesma voz de há duas horas atrás, começou a achar que ele já não vinha. Alguma coisa acontecera, nada de grave, apenas algum imprevisto o tinha impedido de se encontrar com ela. A dúvida deixava-a inquieta, porque não tinha como saber porquê. Estava gelada, com fome e farta de estar ali naquele sítio escuro, mas também não queria sair dali. “E se ele liga ou aparece e eu já estou a caminho de casa ?” Preferiu ficar à espera de um outro qualquer imprevisto que contrariasse aquele que o impedia de sair de casa.Subiu as costas do assento para ficar numa posição mais alerta e foi conferindo cada par de faróis que aparecesse no final da rua ou a silhueta de alguém corajoso que andasse na rua naquela noite fria.Os minutos arrastavam-se pelo relógio e até parecia que às vezes num descompasso imprevisto os ponteiros voltavam para trás.Aos poucos a quantidade de carros começava a diminuir porque já tudo tinha chegado a casa e ninguém se atrevia a sair para a rua com o frio que se fazia sentir.O cenário começava a ficar sem personagens...Apenas restavam duas em cantos diferentes. Beatriz permanecia no carro e Rafael estaria algures no cimo daquela rua mesmo à sua frente e tão longe.

“São 22h...”
Viu-se naquele beco escuro e ouvia o vento lá fora como se estivesse zangado a rodopiar à volta do carro. Naquele momento, apoderou-se de Beatriz uma sensação de abandono que a deixou numa tristeza profunda. Estava gelada e o mais sensato seria ir para casa, mas quando chegasse ninguém estaria à sua espera e precisava tanto de um colo, alguém que lhe dissesse aquilo que ela repetia para si mesma. “Está tudo bem... 2ª feira será outro dia”. De qualquer forma estaria sempre sozinha, por isso voltou para casa, pelo menos estaria muito mais confortável.
Tomou um banho bem quente e aconchegou-se na cama.
Passados alguns minutos o telemóvel tocou...
”É só para dizer que te amo. Desculpa.” disse Rafael num sussuro.
“Eu sei...não faz mal...também te amo”
E deixou-se adormecer ao colo de Rafael.

"Well life has a funny way of sneaking up on you when you think everything's okay and everything's going right
And life has a funny wayof helping you out when you think everything's gone wrong and everything blows up in your face
Isn’t it ironic…don’t you think ?"

21/10/2008

O RIO E O OCEANO


Viagem Luanda-Mussulo 2005


"Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano ele treme de medo.
Olha para trás, para toda a jornada,os cumes, as montanhas,o longo caminho sinuoso
através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto
que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre.
Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar.
Voltar é impossível na existência. Podemos apenas ir em frente.
O rio precisa arriscar-se e entrar no oceano.
E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece.
Porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano.
Por um lado é desaparecimento e por outro lado é renascimento.
Assim somos nós.
Só podemos ir em frente e arriscar.
Coragem !! Avance firme e torne-se Oceano!!!”

Osho

20/10/2008

Debaixo do pano...



... escondo um amor
Sem dimensão ou explicação
Nem tentes perceber...
Tenho todo o Universo empenhado
Nesta paixão que não me pertence.

Debaixo do pano escondo palavras únicas
Ditas em momentos únicos
Nem queiras ouvir...
São de uma voz profunda
De um coração apaixonado.

Debaixo do pano escondo uma cama voadora
Sou Afrodite em poses sedutoras
Nem queiras ver...
Ias corar e ficar com o pensamento à toa
Sem saber o que pensar.

Debaixo do pano escondo carícias
E segredos de muita malícia
Nem queiras saber...
Côncavo e convexo
Em perfeita sintonia.

Debaixo do pano...
Escondo um romance que daria um livro...
Ía gostar que lesses...
Poderias ver que te agradeço,
Sem querer trouxeste o mote
Para mais um capítulo
Desta minha história de amor.

Ai se pudesses ver debaixo do pano...


Eudemim

17/10/2008

Música no Pano

Dádivas nossas
Apenas
Jamais serão palavras
Soltas ao vento.



Palavras ao vento - Cássia Eller

Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina, paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar
Que o nosso amor pra sempre viva, minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será
Palavras, apenas
Palavras pequenas
Palavras

Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar
Que o nosso amor pra sempre viva, minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será
Palavras, apenas
Palavras pequenas
Palavras, momento
Palavras palavras
Palavras palavras
Palavras ao vento

16/10/2008

Mais além


Oceano Atlântico/Ilha da Madeira 2003


Estou para além do rio,
E do cais das despedidas.
Do livro guardado e das margaridas.
Estou para além do Monte
E estradas percorridas.
Das tardes nos teus olhos
E conversas sofridas.
Estou para além dos vazios
E dos espaços preenchidos.
Do vermelho dos lábios
E dos gemidos contidos.
Estou para além das palavras,
Das noites perdidas na tua voz
E dos poemas que falavam por ti
E da lágrima que rolou
Naquela despedida.
Estou para além do brilho
Descoberto por entre as mãos
E do arrepio do beijo por fim.
Estou para além de tudo
Mas muito mais presente em mim
Para te levar um dia
Muito mais além de ti.


Eudemim

15/10/2008

Assim que nem tanto


Namíbia 2005

Há dias assim...
De um perfeito desconcerto,
Um desacerto de tempos e espaços.
Momentos desalinhados,
Rumos trocados e finais inacabados,
De princípios mal começados.

Há outros que nem tanto...
São de uma perfeição desconcertante.
Tempos alinhados nos espaços,
Princípios de momentos tão esperados,
No fim de rumos acertados
E trocados apenas em um dia.

Uns dias assim, outros nem tanto
Num viver apenas
Pleno de vida.


Eudemim

13/10/2008

Onde tento chegar


Namibia 2005


Palavras que revelam cores,
Estados de alma, anseios,
Mas não falam de amores.
Parecem dizer que sim,
Mas talvez apenas não.
Embrulham-se num todo pequeno
Porque desconhecem a grandeza,
Não sabem da imensidão,
Porque nada revelo do que guardo
Na parte mais profunda do coração.
Soltam-se apenas...
Despertam das emoções,
Daqueles dias cinza
E dos outros que me revelaram caminhos
Onde tento chegar
Todos os dias,
Com estas minhas palavras.


Eudemim

10/10/2008

Música no Pano

Há lugares só nossos
Espalhados pelas ruas da vida.
Por vezes esquecemos o caminho,
Mas há que prestar atenção aos trilhos…

Vamos ?



Keane - Somewhere Only We Know (Live Jools Holland 2004)

I walked across an empty land
I knew the pathway like the back of my hand
I felt the earth beneath my own feet
Sat by the river and it made me complete

Oh simple thing where have you gone
I'm getting old and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin

I came across a fallen tree
I felt the branches of it looking at me
Is this the place we used to love?
Is this the place that I've been dreaming of?

Oh simple thing where have you gone
I'm getting old and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin

So and if you have a minute why don't we go
Talk about it somewhere only we know?
This could be the end of everything
So why don't we go
Somewhere only we know?
Somewhere only we know?

Oh simple thing where have you gone
I'm getting old and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin

So and if you have a minute why don't we go
Talk about it somewhere only we know?
This could be the end of everything
So why don't we go
So why don't we go

This could be the end of everything
So why don't we go
Somewhere only we know?
Somewhere only we know?
Somewhere only we know?

08/10/2008

Espero-te devagar




Sons dispersos
Pincelam o silêncio e
Denunciam a tua presença.
Estás a chegar...
Escuto o habitual rolar das pedras
Dos teus passos apressados
Num querer chegar,
Mas devagar...
Sinto o calor
Do fogo que pressinto.
Fixo o olhar no vidro e
Decifro os teus contornos
Com a mesma pressa de
Te ver chegar,
Mas devagar...
Eternos são os momentos de cada espera
Dos nossos encontros
Colados num tempo apressado,
Sem tempo
Para esta vontade imensa de te ver
Sempre a chegar,
Assim devagar...


Eudemim

07/10/2008

Convite



Vem ter comigo...
Vou mostrar-te onde danço.
Tenta entrar no meu ritmo,
Mas solta-te...
Só por hoje,
Não tenhas medo.
Entrega-te...
Prometo não te pisar,
Nem apertar-te contra mim
E tão pouco ensinar-te a dançar
Quero apenas sentir-te perto.
Um e dois...
E dois e um...
É este o meu compasso,
Acompanha-me...
Só por hoje...
Só nesta dança.

Eudemim

03/10/2008

Musica no Pano

A partir de hoje haverá Música no Pano, sempre à sexta-feira!

Porque a música tem o poder de nos fazer viajar.
E é preciso viajar...
Pelos sentidos, pelas emoções
E também fazer cair as lágrimas...
Porque atrás vem sempre um sorriso.

Hoje e sempre agradeço sim...e muito !!
Thank you to all my stars !!



Thank You, Stars

Some call it faith, some call it love.
Some call it guidance from above.
You are the reason we found ours,
So thank you stars.

Some people think it's far away,
Some know it's with them everyday.
You are the reason we found ours,
So thank you stars.

There are no winds that can blow it away on the air,
When they try to blow it away 's when you know it will always be there.

To some it's the strength to be apart,
To some it's a feeling in the heart.
And when you're out there on your own, it's the way back home.

There are no winds that can blow it away on the air,
When they try to blow it away 's when you know it will always be there.

Some call it faith, some call it love.
Some call it guidance from above.
You are the reason we found ours,
So thank you stars.
Thank you stars,
Thank you stars,
Thank you stars.

Katie Melua

02/10/2008

Abraço nu




Hoje despi-me das roupas
Que a vida vai emprestando
Para nos protegermos
Das agruras que ela própria nos oferece.
Senti o vento levar
Os lenços dos dias tristes.
Soltei os sorrisos fechados
E fiquei assim...
Só eu,
Nua de tudo.

Abri os braços e abracei o mundo.
Apertei-o contra o peito,
Senti o pulsar da vida
De milhões de pessoas.
Abracei a alegria
E a tristeza de todos,
Doei as minhas lágrimas
Àqueles que há muito já as secaram
E colei o meu sorriso
Nos rostos endurecidos pelo tempo.

Hoje assim despida...
Sou apenas.

Eudemim

30/09/2008

5 de Setembro de 2008


Sala da Casa 660 do Projecto Nova Vida - Luanda Sul/Set/08


Findo o mês de Setembro do ano de 2008, não podia deixar de publicar este texto de um magnífico angolano de Benguela que tem o dom de encantar só porque existe.

"Um misto de ansiedade e expectativa há muito tomara conta dos corações ávidos deste momento, cinco de Setembro de 2008, sete e pouco da manhã já me preparava para sair, como companheiro desta grande aventura, um homem que já ultrapassou as setenta e cinco primaveras, nascido no Dombe Grande, Província de Benguela, mas que as tantas guerrilhas humanas que enfrentou teimam em mantê-lo exemplarmente em forma, meu pai, o que faz de mim um Angolano branco de segunda geração, e faz aumentar a minha sensação de co-responsabilidade no sucesso ou no insucesso do momento que vivemos. Como se por isto a minha angolanidade fosse maior por um lado, enquanto que por outro, esse facto me atribuísse uma maior responsabilidade enquanto cidadão. Chegados à assembleia de voto que achávamos ser a menos concorrida da nossa área de residência que, como sabem, fica a 15 km de Luanda, deparámo-nos com um aglomerado de pessoas mais madrugadoras que nós que se apressaram a comunicar-nos que esta assembleia de voto ainda não tinha aberto, concluímos pouco depois que se registavam atrasos na abertura de algumas assembleias de voto, disseram que por dificuldades de logística e algum desacerto de ultima hora.
Aproxima-se um elemento devidamente identificado por um badge que exibia orgulhoso onde facilmente se lia, CNE, para os mais desatentos, - Comissão Nacional de Eleições – Observadores? Inquiriu-nos, e antes que o meu pai desse largas a uma qualquer dissertação acerca dos ideais de uma nacionalidade multirracial, que não era momento para isso, respondi interrompendo-lhe a já deflagrada veia pedagógica – Quase… Eleitores, o CNE, refazendo-se instantaneamente da surpresa exclamou, - ah! Com certeza, e o paizinho veio de carro? Olhando para o meu pai, vim sim, porquê, respondeu-lhe, porque se o paizinho tem carro é mesmo melhor ir à assembleia de voto no quintal das madres, lá é só chegar e votar, os meus colegas de lá estão de braços cruzados só à espera dos povos que quiserem votar, depois de uma breve explicação de como chegarmos a essa assembleia de voto, voltámos ao carro e dirigimo-nos no sentido que o prestável elemento da CNE nos havia indicado, já no local que nos tinha dado como referência e onde nos aconselhou a deixar o carro e que seguíssemos o pouco que restasse ainda, a pé, seguimos o conselho, seria segundo ele ainda uns dez minutos a andar por uma daquelas travessas empoeiradas que penetram no Bairro do Golfe 2, no município do Kilamba Kiaxi, mas, e caso nos desorientássemos, encontraríamos nos vários acessos às madres, colegas dele e que se a eles recorrêssemos seríamos devidamente reorientados, assim foi, depois de perguntarmos ao primeiro CNE que vimos no local, este, tendo provavelmente em atenção a idade do meu companheiro, prontificou-se a acompanhar-nos ao local, meu pai a quem foi dada a dianteira pôs-se sem hesitar a caminho, durante os quinze minutos que demorou a percorrer aquelas ruas estreitas em terra batida que dão a fluidez possível ao “musseque” que cresceu desordenado à volta daquela missão católica, o meu pai arranjou forma de voltar ao tema do «- Observadores?» - devia ter mostrado ao seu colega o meu cartão do partido, sou do partido desde 1974, ainda cá estavam os portugueses, disse, reprimindo o ímpeto de dar nome ao partido, uma vez que se encontrava no perímetro de uma assembleia de voto logo obrigado a silenciar qualquer tendência partidária, …e aquele miúdo pergunta-me se sou observador…, sorri, enquanto ele ralhava, do alto da sua razão puxando pelas “bissapas” que lhe confere a idade, com este simpático CNE que nos acompanhava. Um enorme portão metálico entreaberto era o que nos separava da assembleia de voto, entrámos pelo portão, identificámo-nos, exibindo o cartão de eleitor, foi-nos indicado o local onde receberíamos o boletim de voto, frente à mesa de voto entregámos o Cartão de eleitor ao presidente da mesa, leram em voz alta o nome, registaram o número de eleitor, foi-me entregue o boletim de voto, dirigi-me a uma das divisórias, estruturas pré-fabricadas em cartão grosso, que estava livre e votei, pouco passava do meio dia, dobrei o boletim conforme, coloquei-o na urna, alguém da mesa segurou a minha mão e dirigiu mecanicamente o meu indicador direito para dentro de um frasco, mergulhando-o numa tinta preta indelével impedindo-me assim de voltar a votar numa outra assembleia qualquer, depois de indelevelmente marcado, não só pela tinta preta no dedo indicador direito, devolveram-me o cartão de eleitor e indicaram-me a saída, meu pai que tinha feito o mesmo percurso minutos antes já me aguardava perto da saída, despedimo-nos do CNE que nos fizera companhia e voltámos a fazer o mesmo caminho no sentido inverso, curiosamente, o tema que se evidenciou durante o caminho de volta ao carro era o cozido à portuguesa que nos esperava, proporcionado pela magnifica cidadã Lusa que corajosamente teima em acompanhar-me nesta aventura de ver nascer um país, presenciando tão de perto os seus primeiros passos, eternizando este incontornável cordão umbilical que irremediavelmente nos aproxima dos nossos avós. Até ao sítio onde tínhamos deixado o carro, ainda ouvimos alguém dizer do alto da sua ignorância ou não - Afinal os brancos também votam… !?

Uma análise, que se pretende séria, isenta, deve obedecer a um profundo enquadramento no contexto sócio-cultural, político, económico, emoldurado por um mapa étnico complexo, que lhe confere a particularidade da singularidade em África, e não deve nunca, ceder ao enquadramento fácil, em balizas preconcebidas e estereotipadas idealizadas, porém até à data sem resultados expressivos, à medida para sustentar realidades distantes.

Assim, e partindo desta, para mim inquestionável, premissa, a minha análise obriga-me ao seguinte compromisso,

Hoje, endereço os meus profundos e exaltados parabéns a todos nós, os angolanos que tornaram possível este acto eleitoral, este passo concreto em direcção à modernidade. O sentimento de profundo e entusiasmado orgulho pela forma exemplar como todo este processo decorreu, com um envolvimento surpreendente das massas mais anónimas, recônditas até, como só em África se pode ser, desde a vontade do querer fazer parte, expressos aquando do recenseamento e registo eleitoral iniciado à três anos, o tão ansiado cartão de eleitor. A campanha eleitoral, que de forma ordeira e cívica, onde o direito à diferença se fez ouvir e se fez conduta, salpicado, aqui e ali, pelos inevitáveis incidentes de percurso próprios de quem dá os primeiros passos nos misteriosos e sinuosos caminhos da “democracia-africana” se é que existe algum sentido a estas palavras assim emparelhadas, que são claramente insuficientes para manchar ou descredibilizar o todo, estendo os meus parabéns a todas as instituições que de uma forma ou de outra cumpriram a sua missão apesar de todos os constrangimentos inerentes à inexperiência, à CNE, aos integrantes das brigadas eleitorais, que por todo o lado ajudavam a conduzir a população pouco habituada a estes procedimentos, às populações que desde madrugada se foram dirigindo para as assembleias de voto e que souberam pacientemente aguardar que fossem superados os problemas logísticos que atrasaram a abertura de algumas mesas, abandonando apenas os locais de voto depois de cumprirem o desígnio que ali os trouxera, um muito obrigado à Policia Nacional e restantes forças da ordem que exemplarmente se fizeram mostrar resumindo a sua actividade a uma presença mais preventiva que actuante, e por este significativo - não queremos mais - que com esta adesão dissemos a todos os Angopessimistas que apostavam que os Angolanos desconseguiriam, e clamar bem alto, que vamos contar os votos com a certeza de que uma vitória está já assegurada, e esta comum a todos os que amam esta terra, ganhe quem ganhar os angolanos já são vencedores.

Mungúeno"

Fernando

29/09/2008

Sensação de sentir


Barra do Kwanza Set/08

Uma janela entreaberta
Uma brisa com pressa de entrar
E eu dispersa...

Uma mágoa sentida
Um dia diferente
E eu perdida...

Uma palavra sábia
Um novo sentir
E eu cheia de vida...

Eudemim

26/09/2008

Aqui mesmo...



Conta-me a história outra vez
E faz-me acreditar
Na minha espera.
Não deixes nada por explicar...
Que eu faço um esforço por entender.
Escuto o teu sentir...
Continua o teu caminho,
Segue o teu traçado,
Escolhe os teus atalhos,
Mas quando olhares para trás,
Lamento...
Não estarei lá.
Não vou seguir os teus passos.
Tão pouco serei o teu trilho
Para te ensinar o caminho.
Por isso não olhes em frente,
Não é lá que me vais encontrar.
Procura-me antes deste lado
Aqui mesmo...
Do lado do coração.
Foi este o lugar que escolhi
Para mim.

Eudemim

25/09/2008

Desato-me



Abstraio-me...
Descolo-me de ti,
Corto os laços,
Desamarro-me,
Fico fora de ti
Para te sentir mais por dentro.
Lanço o pensamento
Ao infinito,
Para depois te procurar
E sentir a surpresa
De te encontrar num abraço
Ou num beijo
E te rever em mim.

Ato-me...
E solto-me em ti.


Eudemim

24/09/2008

Guardei-te...


Ilustração de Catarina Landim

... no baú das cartas de amor ,
Junto com os livros dos contos de fada
Perto dos amores infinitos
E das histórias de encantar.
Pede conselhos
Aos velhos magos
Eles andam por lá
A espalhar sabedoria.
Encanta-te com a magia das fábulas
E fala com os animais.
Deita-te com as flores dos jardins dos castelos
E declama poemas às almas desencantadas.
Depois, bebe a água cristalina de um rio iluminado
E dorme no aconchego de uma nuvem.

Shhhh...
Deixa-te ficar por aí.

Eudemim

23/09/2008

Descobre-me...





Nada sabes de mim.
Apenas fazes suposições
Baseadas no que sentes...
E sentes o que desconheces.
Encontras-me perdida
E segues o teu caminho.
Sabes...
podia dizer-te tudo
E mesmo assim revelar-te nada.
Porque os meus segredos
São sem graça e sem pecados.

Já eu...
...eu sim...estou toda por descobrir.

Eudemim

19/09/2008

Leva-me



Agarra na minha mão e corre.
Rapta-me e foge comigo.
Deixa-me sentir a tua vontade
Levantar-me os pés do chão.
Faço-me leve e deixo-me ir
Para não te pesar.
Porque eu quero é ir e voar.
E depois aterrar
Sabe-se lá onde.
Mas leva-me apenas,
Porque eu quero é ir.
E sentir a pressa
De me levares.


Eudemim

16/09/2008

Diz-me...



...conta-me a tua vida
Numa madrugada fria.
Escuto-te...
Bebo as tuas palavras.
Aqueço-te...
Chora se quiseres
Mas não desesperes.
Conforto-te...
Foi por isso que eu vim,
Fala-me de ti.
Abraco-te...
Esquece as horas
E o mundo lá fora.
Olho-te...
Sigo os teus gestos.
Admiro-te...
Fico mais um pouco.
Não te apresses,
Inventa-te...
Eu espero no teu tempo
Apenas por um beijo.

Eudemim

12/09/2008

Poema

Lindo este poema de Cazuza...
Linda a música de Frejat...
E lindo Ney !
Nada mais
Apenas chorei...


11/09/2008

As andanças do Andanças

Sabores frescos...
E muita cor...




...em pratos que não são pratos
e copos que não são copos.

Sai um Menu Shiva por favor !!!!!

09/09/2008

Palavras soltas no teu desafio


Nada há a dizer...
Nada mais...

O eco calou-se...
Refugiou-se no silêncio
das palavras de incentivo.

Deixo que o vazio
Se esgote no compasso
Onde já dança o esquecimento.

E há muito tempo...

...tanto tempo
que já não me lembro
se de facto te perdi.

08/09/2008

Angola mostrou como se faz


A mais velha pôs o seu pano e saiu do “kimbo” ainda de madrugada para garantir a certeza do seu voto e o mais velho “enfatou-se”para exercer este seu direito de cidadão.
É isto que para mim, portuguesa residente em Angola, importa salientar em primeira mão nestas eleições. Até os mais velhos que vivem nas Províncias, que pelos anos de guerra e esquecimento deveriam estar já desacreditados destas coisas da política, foram orgulhosamente votar.
Todo o processo teve um denominador comum, independentemente do partido, da raça, da etnia. A Nação.
Esta Nação Coragem, que teve a coragem de se despir dos medos e fantasmas do passado e que fez comícios de apoio ao seu partido, colou cartazes, buzinou com bandeiras nos carros e tudo sempre “nas calmas”.
Os angolanos fizeram a diferença na ideia preconcebida de eleições no continente Africano. Mesmo com um histórico único de eleições que deixaram marcas bastante profundas em 1992, Angola deu o exemplo a alguns dos seus vizinhos de como se desenvolve todo um processo eleitoral. Desde o recenseamento e sensibilização da população, mobilização de recursos humanos e desempenho das forças policiais até à atitude de cada cidadão perante o seu direito de voto. Os erros e falhas próprios de processos desta natureza e magnitude servirão para acrescentar experiência ao jovem currículo eleitoral dos angolanos.

A desorganização que apressadamente foi noticiada em Lisboa aconteceu apenas em Luanda que pertence ao conjunto das 18 Províncias de Angola. Num País desta dimensão, onde Portugal cabe 14 vezes, com certos pormenores que nem todos conhecem e onde o histórico de eleições se resume às de 1992 com tudo aquilo que as caracterizou, escolher a desorganização de uma província como primeira notícia é, para mim, recorrer ao jornalismo fácil.
Portugal deveria ser o primeiro a enaltecer o espírito de paz que se viveu nestas eleições. Na primeira oportunidade que lhes foi concedida, os angolanos provaram que sabem e querem viver em paz e isto sim, deveria ter sido a manchete deste dia.

Mas à parte das polémicas justas ou não, vou recordar este dia 5 de Setembro de 2008 como o dia em que todos tiveram um gesto comum.
O dia em que se tingiram os indicadores da mão direita da mana Chiquita da Chibia, do Domingos do Cassenda, da Francisca do Maculusso, do Fernando de Benguela, mas também dos Sobas, dos Generais, dos Ministros, dos Governadores e de Sua Excelência o Sr. Presidente José Eduardo dos Santos.

E se me é permitido um voto...eu voto nos angolanos !!

Kandandos

03/09/2008

Ao longe



Vi-te ao longe.

Andavas calmamente.

No compasso dos teus passos
Não havia hesitação.

Lancei o teu nome e
Olhaste para mim.

No teu rosto, um desalinho
Fez-me duvidar que eras mesmo tu.

Sorriste...

E fizeste-me acreditar.

01/09/2008

Hoje fico por aqui...



Sento-me no muro
e observo o movimento
dos que passam
dos que ficam
dos que se encostam.
Todos procuram a felicidade
O sucesso....
Caminham em busca de
um lugar ao sol.
Correm, tropeçam, desesperam
Colam fragmentos soltos da vida
Para lhe dar algum sentido
Quando ela se esquiva dos planos traçados.
Eu também ando por lá...
Mas hoje fico por aqui...
Pelo muro...
Apenas sentada.


29/08/2008

A gente vai continuar



Tira a mão do queixo, não penses mais nisso
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou, ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas para dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem à batota
Chega aonde tu quiseres
Mas goza bem a tua rota
Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém, não
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
E a liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo
Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar

- Jorge Palma -